quinta-feira, 29 de outubro de 2009

XVIII ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE GEOGRAFIA


 Data: 12 a 18 de janeiro de 2010

Local: Cidade Universitária - Av. Lourival Melo Mota, Km, 14 - Maceió - AL

Tema: "QUE CURRÍCULO ? QUE GEOGRAFIA? Mercado, produtividade do conhecimento, academicismo, instituições…e a autonomia?"

Formato: GT (Grupos de Trabalho); ED (Espaços de Discursão – apresentação de trabalho); Intergeo (Campeonato de Futebol entre as escolas); Espaço CONEEG (Espaço para discussão, balanço e perspectivas para a CONEEG) e Mesas-Redondas.

Maiores Informações:
http://xviiieneg.wordpress.com
Fone: +55 (48) 3721-9000
FAX: +55 (48) 3234-4069

Disputa de modelos agrícolas

Esperamos que retorne o debate sobre qual o modelo de agricultura que interessa ao povo brasileiro



O censo agropecuário de 2006, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), põe uma luz sobre os dois modelos agrícolas em disputa hoje no nosso país. Nele está evidenciado que: a agricultura familiar, ocupando apenas 24% da área agrícola, produz 38% da riqueza desse setor produtivo; emprega 75% da mão de obra no campo; responde por 87% da produção nacional de mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 21% do trigo, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos.

Do outro lado, a agricultura não familiar, o chamado agronegócio, representa apenas 15,6% do total dos estabelecimentos agrícolas, mas monopoliza 75,7% da área agrícola e impõe ao país um modelo, há cinco séculos, centrado na grande propriedade, na monocultura extensiva e no interesse de atender o mercado externo. Se é verdade que o setor agroexportador é responsável por um significativo saldo na balança comercial, é impossível ignorar a que custos – econômicos, sociais e ambientais - essas divisas externa são obtidas. A depredação ambiental, trabalhadores mantidos em regime de semi-escravidão, concentração da renda e da riqueza, anistia das dívidas dos ruralista há cada cinco anos, expulsão de milhares de famílias do campo, são apenas alguns exemplos do que nos custa a manutenção do modelo do agronegócio.

Um modelo agrícola que tem, num dos seus alicerces de sustentação, a violência contra os trabalhadores que ousam se contrapor a essa forma de produzir no campo. Já na República Oligárquica (1889 – 1930), a questão social era caso de polícia, nas melhores terras não se podiam plantar alimentos, as melhores terras destinadas apenas para o plantio do café para exportação, a população pobre do campo era vista como jecas tatus, merecedores apenas de um sentimento de pena e de ações assistencialistas. Mas o criador do Jeca, Monteiro Lobato, soube identificar a causa da pobreza e da ignorância do seu personagem: os vermes que o jeca tinha na barriga, a elite os tinha na cabeça, sentenciou o escritor.

O golpe militar de 1964 não poupou forças para reprimir e extinguir os movimentos populares do campo, da década de 50, que passaram a exigir “reforma agrária na lei ou na marra”. A ditadura militar liquidou com os movimentos organizados dos trabalhadores e iniciou-se, logo a seguir, o período histórico em que houve o maior numero de assassinatos de trabalhadores rurais, agentes, pastorais, presidentes dos sindicatos de trabalhadores rurais, padres, freiras e advogados que se posicionaram a favor da reforma agrária e da causa da agricultura familiar. A violência dos coturnos dos quartéis, associada com a certeza da impunidade dos crimes cometidos pelo braço armado do latifúndio, assegurou que a agricultura brasileira fosse modernizada, mantendo intocável suas estrutura fundiária.

A partir dos anos 1990, com as transformações ocorridas na economia capitalista, sob o rótulo do neoliberalismo, as os grupos agro-industriais transnacionais e o capital financeiro tomaram conta agricultura brasileira, de olho em nossas reservas de riquezas naturais e dos enormes lucros decorrentes da exportação dos produtos primários brasileiros. Mas os métodos para enfrentar os que se opõem, não mudaram. Apenas receberam uma aliada, a mídia. É necessário, perseguir, criminalizar e, se possível, extinguir os que ousam se opor ao agronegócio e defendam a agricultura familiar e a soberania alimentar do nosso país e, principalmente, quem ousa organizar os pobres do campo.

A forma como a mídia tratou os acontecimentos da ocupação da fazenda da agro-indústria Cutrale, em São Paulo, só pode ser compreendida dentro dos marcos de disputas desses dois modelos de agricultura. Os dados do censo agropecuário e o que representam, ficaram em segundo plano. Montou-se um aparato midiático para impactar a sociedade com imagens que, de acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foram fabricadas para tal objetivo. A chamada grande mídia eximiu-se do dever de informar a sociedade. Tomou partido e, ainda de acordo com o MST, foi conivente com uma farsa montada para criminalizar as famílias que acamparam naquela fazenda.

Em nota divulgada, o MST afirma que não promoveu a depredação na fazenda e muito menos tocou nos pertences e nas moradias dos trabalhadores que residem na área. A nota faz alguns questionamentos, com a versão insistentemente vinculada na mídia, que qualquer jornalismo sério e comprometido coma verdade faria: a Policia Militar de SP não tem nenhuma imagem filmada da depredação? Como seria possível desmontar os tratores, como foram apresentados, não tendo equipamentos necessários para isso? Como seria possível furtar 15 mil litros de combustíveis, escoltados pela PM e sendo transportados em cima de uma carroceria de caminhão? Por que tendo recebido imagens da destruição dos pés de laranja ainda no dia 28 de setembro, somente no dia 5 de outubro a Rede Globo resolveu exibi-las? Por que os integrantes do MST foram impedidos de acompanhar a entrada da PM na fazenda, logo após a saída das famílias acampadas? O que realmente aconteceu na fazenda após a saída das famílias acampadas? Apenas uma comissão independente, como exige o próprio MST, poderá dar respostas à essas perguntas.

Para completar o espetáculo circense, os três parlamentares, paladinos do atraso, defensores do latifúndio, entraram imediatamente em cena para tentar constituir uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o MST. O deputado federal do Demo-GO, Ronaldo Caiado, chegou a dizer que essa CPI é para averiguar se o MST recebe dinheiro do governo para repassar à candidatura da ministra Dilma Roussef. Nada pode ficar mais evidente, no ato falho do parlamentar Caiado.

Esperamos que retorne o debate sobre qual o modelo de agricultura que interessa ao povo brasileiro. Certamente a escolha recairá sobre uma agricultura que garanta a produção de alimentos saudáveis, assegure a preservação ambiental e promova a distribuição da riqueza e renda produzida. Conquistas – para a sociedade – incompatíveis com o modelo de agricultura do agronegócio.


Fonte:  
Editorial ed. 346 - 14/10/2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

PROTESTO - "I Seminário Regional sobre Política Municipal de Habitação: Juiz de Fora e Zona da Mata


PROTESTAMOS contra a Comissão Organizadora do "I Seminário Regional sobre Política Municipal de Habitação: Juiz de Fora e Zona da Mata”. O evento foi oficialmente promovido pela UFJF, o CPS (Centro de Pesquisas Sociais), a Faculdade de Engenharia da UFJF e pelo ICH (Instituto de Ciências Humanas) porém o Curso de Geografia (pertencente a este Instituto) não participou em nenhum momento e houve discrepancia no número de representantes de cada instituição.


Uma reflexão sobre a valorização da profissão do geógrafo no âmbito da universidade 

Está sendo realizado, no auditório da Reitoria, desde o dia 19 de Outubro (com encerramento no dia 22/10) o “I Seminário Regional sobre Política Municipal de Habitação: Juiz de Fora e Zona da Mata”, que dentre outros pretende, sobretudo,discutir o Plano Municipal de Habitação.

O evento foi oficialmente promovido pela UFJF, pelo ICH (Instituto de Ciências Humanas), o CPS (Centro de Pesquisas Sociais) e a Faculdade de Engenharia da UFJF.

Pergunta-se: PROMOVIDO PELO ICH?! Sendo assim, POR QUE O CURSO DE GEOGRAFIA PERTENCENTE A ESTE INSTITUTO NÃO SE FEZ PRESENTE NESSA ORGANIZAÇÃO? O que se viu na Comissão Organizadora do evento, foi a predominância de professores e alunos da Engenharia (tendo sido o evento organizado em conjunto com uma comissão de alunos, TODOS da Engenharia!)

Nas mesas redondas, tem-se o nome de engenheiros, arquitetos, sociólogos, representantes do poder público, advogados, o representante do CPS, o diretor do ICH, uma representante do Comitê Central Popular, e inclusive uma professora do Serviço Social. NENHUM GEÓGRAFO! Ninguém do curso de geografia.

Parece-nos que nós, enquanto geografia, também estamos perdendo nosso “Direito à Cidade.”O que acontece nesta universidade reflete e reforça o nosso enfraquecimento dentro do CREA, por exemplo, bem como no cenário nacional em geral (vide alguns editais onde se vês claramente conhecimentos da geografia dando direito a outros profissionais de pleitear vagas em concurso público). Mas, como assegurar nosso reconhecimento e maior valorização dentro do CREA, se dentro de nossa própria universidade isso já não acontece?

Através deste texto o DAGEO vem se manifestar sobre o fato (apenas um, dos vários exemplos que vemos dentro da UFJF, que mostram a crescente perda de campo da Geografia para a Engenharia e a Arquitetura) e, “espera-se” que esse manifesto motive o Curso de Geografia”, através de seus representantes a também se manifestar e começar a tomar providências para que mais discentes não tenham que continuar a engrossar o caldo deste novo tipo de êxodo: o de estudantes deste curso para as faculdades de engenharia e arquitetura em busca de sua inserção em projetos de pesquisa, extensão e inclusive disciplinas que lhes proporcionem a prática (e até mesmo a complementação teórica) que o seu próprio curso não tem sido capaz de fazer.

Por fim, esclarece-se que o DAGEO reconhece o valor de cada profissional. Assim entende a necessidade e a riqueza de se trabalhar de forma interdisciplinar e, é exatamente por este motivo que defende que seja dispensado o igual respeito e reconhecido o igual valor de cada um desses profissionais.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Congresso democrático sobre o IBGE‏



Data: 23 a 25 de outubro de 2009

Local: Rio’s Presidente Hotel – Rua Pedro I, 19 – Centro – Rio de Janeiro.

Tema: "Congresso Democrático sobre IBGE: O IBGE conhece o Brasil. Chegou a hora do Brasil conhecer o IBGE". 

Formato: Conferência de Abertura e Encerramento, Mesas Redondas, Painéis.

Maiores Informações:
http://eventos.assibge.org/

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

IV SInGA / V SiNGA - Simpósio de Geografia Agrária


IV SInGA - Simpósio Internacional de Geografia Agrária e V SiNGA - Simpósio Nacional de Geografia Agrária


Data: 29 de outubro a 02 de novembro de 2009

Local: Instituto de Geociências - Universidade Federal Fluminense, Niterói -RJ. Brasil

Tema: "A QUESTÃO (DA REFORMA) AGRÁRIA NA AMÉRICA LATINA: Balanço e Perspectivas" 

Formato: Conferência de Abertura e Encerramento, Mesas Redondas, Comunicações Coordenadas,  Espaços de Diálogo, Excursões Científicas ( Quilombo, Acampamento do MST, Assentamento da FETAG, Acampamento do MTL, Agroindústria Familiar, Experiência Agroecológica, Conflito socioambiental, Aldeia Indígena em conflito territorial),  Atividades Culturais, Plenária Final, Jornada Josué de Castro. 

Maiores Informações:
http://vsinga.50webs.com/

Quais são as melhorias que o curso de Geografia da UFJF precisa ter?


 Vamos lá galera, aqui é o espaço onde você pode colocar suas queixas e possíveis soluções em relação ao nosso Curso de Geografia! Sabemos que ele precisa de melhorias e cabe a nós, estudantes, apontá-las e lutar para que elas ocorram!



Aproveite este espaço! Ele é nosso!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

45º Congresso Brasileiro de Geologia


Data: 26 de setembro a 1 de outubro de 2010 

Local:Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia , Av. Dr. Freitas, S/N - CEP 66613-902 - Belém, PA 

Tema: "Desenvolvimento e Mudanças Globais: a Importância das Geociências"  

Formato: Simpósios temáticos, sessões técnico-científicas, conferências, mesas-redondas, minicursos, excursões, visitas técnicas, reuniões especiais, lançamentos de produtos técnico-científicos, além de uma ampla programação cultural e social. Serão criados ainda fóruns especiais para promover o debate de assuntos diretamente relacionados ao tema central do evento. 

Maiores Informações: 
http://www.45cbg.com.br/site/ 
Tel.: 55 91 3344 0100

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Comunicado DAGEO - Lançamento do Blog DAGEO - UFJF

"(...) como é urgente e importante fazer das pessoas sujeitos de comunicação. A gente aprende a se comunicar praticando comunicação. Aprende-se falar, falando. A escrever, escrevendo. Nesse sentido, é imprescindível que cada escola possua o seu meio de comunicação. Até cada sala de aula. Que seja um boletim batido à máquina. Ou um alto-falante, onde se fala e se escuta a própria voz. A escola como um todo deve ter seu meio de comunicação. Mas não pode ser um meio (jornal, por exemplo) onde só o diretor ou os professores escrevem. é preciso que os alunos digam sua palavra. Mesmo que os professores não gostem. Então vai-se discutir o assunto. O professor já fica falando quase o tempo todo durante a aula. Isso não é educação dialogal, mas um monólogo de duas bocas. É evidente, também que não se pode deixar tudo aos alunos e os professores calarem a boca. Seria apenas trocar de dono, mas a relação de dominação continuaria. O diálogo supõe amor. Supõe estar um ao lado do outro e não um por cima do outro. Porque todos sabem alguma coisa. E no diálogo se coloca em comum esse saber.”


Trecho do livro de Pedrinho Guareschi: Sociologia Crítica – alternativas de mudança, página 157.